
Dados do Fogo Cruzado estão em matérias indicadas ao Prêmio Vladimir Herzog 2020
Vencedores serão divulgados em 17 de outubro
Dados da plataforma Fogo Cruzado serviram de base para duas reportagens finalistas da 42ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

Em “A mão Invisível da Milícia”, os jornalistas Igor Mello e Lola Ferreira, do UOL, analisaram 2.959 tiroteios com a presença de agentes públicos de segurança na cidade do Rio de Janeiro mapeados pelo Fogo Cruzado entre 5 de julho de 2016 e 30 de setembro de 2019. A análise revelou que com milícia em expansão, ações policiais no Rio miram o tráfico, e só 3% dos tiroteios ocorrem em áreas de milícia.
Na outra matéria onde foram usados dados do Fogo Cruzado, “Arsenal Global”, os jornalistas Cecília Olliveira e Leandro Demori, do The Intercept Brasil, montaram uma força tarefa durante 100 dias. A equipe transitou por 27 bairros da cidade do Rio de Janeiro nos instantes posteriores a tiroteios notificados pelo Fogo Cruzado e coletaram 137 cápsulas de munição para investigar de onde vêm as balas usadas nestes tiroteios. Eles descobriram que as munições tem origem em sete países diferentes e que a maioria são de produção nacional.
Os dados estão abertos gratuitamente em nossa API.
Sobre o prêmio
Ao todo, foram inscritas 1.060 produções, das quais 45 foram selecionadas para compor a lista de finalistas que estão divididos entre as 6 categorias do prêmio, que são “Arte”, “Fotografia”, “Produção Jornalística em Áudio”, “Produção Jornalística em Vídeo”, “Produção Jornalística em Texto” e por último, “Produção Jornalística Multimídia”, na qual o Fogo Cruzado está presente, nas publicações “A mão invisível da milícia” e também em “Arsenal Global”.
Criado em 1978, após resolução aprovada no Congresso Brasileiro de Anistia realizado em Belo Horizonte, o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, teve seu nome dado por Perseu Abramo, à época diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo. Sua primeira edição aconteceu no ano seguinte e em 2020, em sua 42ª edição, conta com uma Comissão Organizadora de 14 instituições.
Em 2020, o prêmio, que “presta homenagem e reconhece o trabalho de jornalistas, repórteres fotográficos e artistas do traço que, por meio de seu trabalho cotidiano, defendem a Democracia, a Cidadania e os Direitos Humanos”, irá homenagear a cartunista Laerte, a filósofa, educadora e escritora, Sueli Carneiro e o jornalista, poeta, advogado Luiz Gama.
A cerimônia
A premiação será feita por representantes das 14 entidades que compõem a Comissão Organizadora no dia 17 de outubro, em sessão pública de julgamento. Após isso, no dia 24, será realizada uma roda de conversa virtual com os vencedores e no dia 25, haverá uma solenidade de premiação virtual.
