
Operações policiais com helicópteros usados como plataforma de tiros aumentaram em 2019
Neste semestre, houve um aumento de mais de 40% em relação a todo ano passado
Por Carlos Nhanga
No primeiro semestre do ano, a plataforma Fogo Cruzado registrou 11 operações policiais em que helicópteros foram usados como plataforma de tiros na Região Metropolitana do Rio. Houve um aumento de 83% em relação a todo o ano de 2018, quando foram registradas 6 operações deste tipo.
O Complexo da Maré, na zona norte, e a Cidade de Deus, na zona oeste, foram os bairros com mais registros de casos neste ano, com 3 operações em cada. A Maré foi o bairro com mais mortos durante essas operações; uma operação com 7 mortos em 2018 e outra com 8, em 2019.
No último dia 6 de maio, uma operação que contou com o helicóptero da Polícia Civil terminou com 8 mortos. Durante a operação, crianças foram vistas saindo da escola, correndo, procurando abrigo para se protegerem dos tiros.
Em setembro do ano passado, um intenso tiroteio durante operação policial deixou sete mortos; entre eles, o adolescente Marcos Vinícius, de 14 anos, atingido na barriga quando estava a caminho da escola acompanhado da mãe. Em 2018, a extinta Secretaria de Segurança proibiu o uso de helicópteros para disparar rajadas durante operações. A medida foi uma ordem da Justiça que obrigou o estado a apresentar um plano para reduzir os riscos e danos a moradores causados durante as ações. Tal plano foi suspenso em julho e a Defensoria Pública está recorrendo.
No dia 4 de junho, o Ministério Público Federal (MPF) foi proibido de atuar em casos de tiros efetuados de helicópteros, e outras aeronaves de forças de segurança. A decisão é provisória e ainda será discutida pelo CNMP.
